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planta de salvia officinalis - herbalismo

Herbalismo

O que é o herbalismo?

O herbalismo refere-se  ao estudo das propriedades medicinais das plantas, dentro de uma prática medicinal folclórica e tradicional, com o objectivo  de tratar doenças e restaurar o equilíbrio no corpo físico. 

Várias tradições passaram a dominar a prática da medicina herbalista no ocidente,  dando como nome o herbalismo do Oeste ou em inglês – Western Herbalism. Este tipo de herbalismo tornou-se numa perfeita fusão de conhecimentos interculturais, biológicos e astrológicos, no que se refere ao estudo das plantas. Evoluiu de acordo com várias práticas de todo o mundo, incluindo as práticas herbalistas do Este, xamanismo, medicina folclórica, medicina árabe e grega, alopatia e ainda  o conhecimento de mulheres sábias e bruxas.

Herbalismo - A mulher que trabalha no Bosque, Joana Vitória, Doula, herbalista, artesã

O homem desde que se conhece que começou a desenvolver conhecimento sobre plantas para sobreviver, para se curar. 

  • No Antigo Egipto já existiam práticas médicas centradas na astrologia e na magia.
  • Hipócrates e Galeno mais tarde adicionaram o conhecimento anatómico e elemental que formam as bases da medicina grega e greco romana.
  • Mais tarde médicos muçulmanos e árabes beberam da medicina grega e juntaram-lhe práticas clínicas, farmacêuticas e botânicas
  • Os físicos Rhazes (869-925) e Avicena (980-1037) de forma apaixonada promoveram a medicina botânica, junto com Galeno e criaram a Escola de Medicina da Europa de Salerno no séc. XII. Assim, a Europa podia acessar conjuntamente às inovações médicas árabes e às terapias gregas.
  • A medicina herbalista do Oeste tinha acabado de nascer. 
  • Por volta do século XV Paracelso, proporcionou uma revolução no mundo do herbalismo.

Hoje em dia, o herbalismo do oeste inclui tanto métodos europeus, como norte americanos, como russos, sendo métodos que diferem das culturas africanas, latino americanas, asiáticas, entre outros. O herbalismo que conhecemos hoje, tem raízes profundas nos usos e saberes tradicionais das plantas provenientes da cultura nativo americana, grega, britânica, europeia, norte de áfrica e europa do leste. Existem inúmeras categorias dentro deste tipo de herbalismo como a astrologia, o xamanismo, a necromancia, tradições folclóricas que usam o poder da intuição e produtos animais. 

As filosofias que inspiram este tipo de herbalismo são a Doutrina das Assinaturas, terapêuticas de purga e limpeza do corpo conhecidas como as Regulares e a Fitoterapia

Muitos dos medicamentos actualmente à disposição dos médicos ocidentais têm uma longa história de utilização como remédios à base de ervas, incluindo ópio, aspirina, digitalis, e quinino, pois são as plantas as bases da farmácia. 

A forma como vejo e vivo o herbalismo, está muito alinhado com o princípio da Etnobotânica, que é o estudo da relação do homem com as plantas. Se no herbalismo não nos permitirmos adentrar na relação espiritual, anímica e cósmica das plantas, para mim, deixamos muito aquém aquilo que é ser herbalista. Como acredito que Somos Todos Um estando todos interligados, sinto que ser herbalista não pode estar muito longe de ser um etnobotânico também.

O herbalismo não é reconhecido legalmente como uma ciência. Um herbalista não pode passar receitas, o seu certificado não lhe permite actuar “legalmente” dentro do sistema. Do meu ponto de vista, ainda bem. Sabemos que quando algo se legaliza, perde a sua autonomia, a sua essência, a sua liberdade. E nos tempos que correm, em que as velhas estruturas estão e precisam ser deitadas abaixo, é importante saber que o mais importa não são os papéis, nem os certificados, nem os cursos superiores, não são as velhas escolas que vão já fazer a diferença, mas sim uma nova escola, um novo olhar sobre a capacidade que cada um tem em se curar usando devidamente o poder das plantas para o bem de todos, para um bem maior.

O poder curativo de uma planta reside no seu espírito. 

Toda a magia do reino vegetal reside no conhecimento dos espíritos das plantas. A antiguidade reconheceu-os como driadas, hamadríades, silvanos, faunos, dusiis, fadas, duendes, gnomos.

Paracelso deu o nome de silvestres aos habitantes dos bosques e de ninfas aos habitantes das plantas aquáticas. Estes seres pertencem à classe daqueles que o ocultismo clássico nomeia de elementais, os habitantes de um plano astral que aspira a elevar-se a uma condição humana. São dotados de uma inteligência instintiva e variam de forma ao mesmo tempo que se encontram ligados à matéria. Possuem um poder incrível de cura e visão, da mesma forma que os habitantes do reino mineral produzem quando bem dirigidos todos os fenómenos da alquimia. 

As tradições helénicas diziam que cada selva possui o seu génio e cada árvore a sua ninfa. 

Os passeios para reconhecimento de plantas são uma forma de aprendermos a apreciar as grandes dádivas do reino vegetal no seu estado mais silvestre, mais espontâneo.

Nestes passeios, observamos que tipo de plantas medicinais, comestíveis ou ornamentais existem nas paisagens naturais.

O objectivo destes passeios é resgatar os antigos usos e saberes das plantas, assim como a sua sabedoria popular.

Saber reconhecer as plantas é uma arte e saber como colher, o que não colher e que postura precisamos ter perante a grande mãe natureza, é algo que poderás ficar a saber melhor nos meus passeios. Cada passeio é diferente!

Passeios de reconhecimento de plantas com a Joana Vitória, A mulher que trabalha no bosque - Herbalismo

A Voz das Plantas

Como sabem sou apaixonada por plantas e por contar histórias. À cerca de 1 ano atrás procurei por canais de rádio para poder espalhar a voz das plantas por todo o país, seja dos seus usos e saberes, sejam histórias contadas e criadas pelos participantes dos cursos, passeios, retiros. A RIO – Rádio Internacional de Odemira, aceitou o meu convite, e estou muito grata ao Vítor Silva – fundador da RIO por abraçar este desafio proposto por mim.

“A Vitória Martins é a voz das plantas, também conhecida pela Mulher que Trabalha no Bosque, dá-nos dicas para vivermos de acordo com o ritmo das estações através dos usos e saberes das plantas medicinais, resgatando os nossos saberes mais ancestrais.”

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