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Formas para te Conectares com a Natureza

Formas para te Conectares com a Natureza

“Dar um passo num novo caminho pode ser difícil, mas não será mais difícil que permanecer numa situação que não nutre uma mulher por inteiro”

– Maya Angelou

Desenvolve a tua voz nutridora

Autocuidado é também estabelecer um compromisso com a auto compaixão, com a responsabilidade em criar uma atitude positiva e amorosa perante a vida. Isso não significa ser perfeita ou negar os teus defeitos, mas sim encorajar-te para seres melhor ser humano. É natural que a nossa mente nos coloque “rasteiras” e distrações para que continuemos a responder à nossa zona de conforto, inserida neste sistema patriarcal: fazer, fazer, fazer, ser produtiva! E daí, surge essa voz sempre crítica, sempre insatisfeita, que tende a dominar a voz nutridora, a voz interior da coragem e da compaixão. É preciso activar e fortalecer essa voz nutridora que há em nós, e torná-la disponível para nós a maior parte do tempo. Se não sabemos como dar reconhecimento a nós mesmas, estaremos sempre a pedir esse reconhecimento de fora, para nos sentirmos amadas. Podemos escolher gastar tempo e energia a manipular os outros para que nos reconheçam ou podemos escolher nos apreciarmos e conhecermos a nós mesmas! Desenvolver a nossa voz nutridora é o passo chave para ir ao encontro das nossas necessidades. 

Contacto com a terra

Conecta-te com a terra, pele com pele. Podes fazê-lo caminhando descalça, sentindo toda a força nutridora que a terra tem para te dar. Entrega-lhe as tuas dores e emoções. Podes ainda, deitar-te de barriga para baixo, com o ventre assente na terra – é um poderoso gesto quando estamos a menstruar , sobretudo se sentirmos dor ou cólicas; ou ainda de costas, contemplando o céu. Permite que a terra transforme os teus bloqueios e te traga cura. Nos tempos antigos, os humanos não sofriam de tantas doenças, por variadíssimas razões, entre elas, por andarem sempre descalços, em contacto directo com a terra, recebendo nutrição, conforto e cura enquanto toxinas eram libertadas. 

Liga-te às plantas

Liga-te às plantas e de como as podes trazer a diário na tua vida como medicina. Podes começar por seleccionar cerca de 5 plantas por estação e dedicares-te totalmente a elas. Na primavera podes beber infusão de urtiga diariamente, fazer uma pomada de tanchagem para picadas de insectos, fazer uma tintura de uma planta que te auxilie o sistema reprodutor feminino, fazer pesto de verdes selvagens com morugem, espinafre selvagem, aliária, tanchagem, urtigas e mostarda selvagem. No verão podes colher hipericão para fazeres tinturas e macerações que te irão auxiliar na escuridão do inverno. No outono, podes colher folhas secas para fazer arte, no inverno podes colher plantas que estão ricas em taninos e fazer tingimento natural. 

Muitas vezes essa comunicação vem através de uma sensação, de uma intuição, de um movimento da própria planta. Senta-te com elas e escuta. Escuta-as com o coração. Visita-as como se de uma amiga se tratasse. Apresenta-te a ela, oferece-lhe presentes, admira a sua beleza. Se o fizeres de forma humilde, em breve poderás receber clareza no que diz respeito à tomada de algumas decisões ou outras indicações. Sabe que em todos nós habita esta capacidade de escuta.

Conecta-te com as estações

Conecta-te com as estações, uma de cada vez. Uma vez que saímos um pouco do modelo patriarcal do calendário gregoriano e de uma linha do tempo linear,  e nos entregamos à compreensão da nossa ciclicidade , de como a lua, o sol e as estações nos influenciam, começamos a conhecer e a mergulhar um pouco mais dentro de nós mesmas. As estações do ano são uma forma poderosa de reflexão da experiência e vivência interna da mulher.

À medida que as plantas passam pelo processo de germinação, crescimento, frutificação e morte, podemos observar também o reflexo da nossa jornada de nascimento, crescimento, morte e renascimento. Daí, se te relacionares ao longo do ano com uma árvore ou planta, irás ver nela reflectidas o teu próprio processo físico, emocional e espiritual à medida que as estações decorrem. Entregando-te especialmente aos equinócios e solstícios, que são pontos de transição do ano, pode ajudar-te a realinhar a tua própria vida. 

Nutre-te consumindo boas gorduras. O nosso corpo precisa de boas gorduras para funcionar bem, e para termos um ciclo menstrual fértil. Gorduras saudáveis como ghee feita a partir de manteiga fresca e local, manteiga de cabra e azeite. São estas gorduras saudáveis que irão suportar as  glândulas adrenais – responsáveis pelo bom funcionamento hormonal, o ciclo menstrual e menopáusico, além de nos conferir energia e reduzir os apegos aos doces, assistir na digestão, na absorção dos minerais e outros nutrientes, no no bom funcionamento do sistema nervoso e imunitário. 

Contempla o pôr do sol, até escurecer. 

Vai até um lugar com uma cascata, rio ou fonte. Escuta com atenção o som da água.

Come algo que seja natural, cru e  fresco. Saboreia lentamente, e permite que a energia desse alimento nutra o teu corpo. 

Coloca plantas no interior da tua casa.

Passa alguns minutos por dia, deitada directamente na terra, se possível com a barriga em contacto pele com pele. 

Conecta-te com pessoas novas. 

Liga a alguém, só para lhe dizeres o quanto aprecias a sua presença na tua vida. 

Destralha o teu guarda roupa, e doa.

Enrola-te numa manta enquanto chove lá fora e contempla a simplicidade desse momento.

Passeia em noites de lua cheia. 

Faz aquela sessão de bem estar ou beleza que sempre quiseste. Uma massagem, uma sauna, um banho de imersão luxuoso!

“Imagina uma mulher em amor com o seu corpo. Uma mulher que acredita que o seu corpo é suficiente, assim como ele é. Uma mulher que celebra os ritmos e os ciclos como um recurso exótico. Imagina uma mulher que honra o corpo da deusa, no seu corpo que muda ciclicamente. Uma mulher que celebra a acumulação dos anos e da sua sabedoria. Uma mulher que recusa usar a sua energia vital para disfarçar as mudanças no seu corpo e vida.”

Susun Weed

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